Sou uma mulher de gostos e versos. Um pouco ladra, eu diria. Roubo
histórias, bordo palavras, costuro sonhos, desato pensamentos. Coisas de
quem escreve, encare assim. Quem fica ao meu redor tem que entender
que, vez em sempre, algo será tomado para e por mim, sem dó. Me aproprio
indevidamente de vidas e falas. Não leve a mal se por ventura algum dia
o seu sossego for passear junto comigo. E se por acaso a insônia se
tornar a sua melhor amiga, admita que eu venci. Gosto de esfregar na
cara do suposto adversário as minhas vitórias. Em certas ocasiões o mais
digno é engolir tudo elegantemente.

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